Foi dada a largada para o ciclo 2022 do Programa Capital Empreendedor, iniciativa do Sebrae para aproximar startups e negócios inovadores de investidores em todo o Brasil, entre instituições de fomento, investidores anjo, aceleradoras, plataformas de crowdfunding e fundos de investimento. As inscrições começam nesta quarta-feira, 27 de abril, e vão até o dia 15 de maio. Mais informações e inscrições no site www.capitalempreendedor2022.com.br

Serão disponibilizadas 360 vagas e podem se inscrever empresas dos estados do Amazonas, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo, estados que aderiram ao programa este ano.

Em 2021, 30 startups mineiras participaram das etapas de capacitação on-line e seis chegaram à fase final, um encontro presencial de apresentação para investidores realizado em São Paulo, em novembro.

Segundo um levantamento realizado no ano passado pela plataforma de inovação Distrito, o valor total de investimentos captados por startups brasileiras em 2021, até novembro, foi de US$ 9,8 bilhões. Foi o maior volume captado desde 2016. Em 2020, foram US$ 3,6 bilhões. “O Capital Empreendedor ajuda os empreendedores a entenderem como é o processo de captação de investimentos, a estruturarem seus processos para este fim, além de aproximá-los de investidores de peso no mercado nacional”, explica Igor Martins, analista do Sebrae Minas.

Na primeira etapa do programa, as startups classificadas seguem para o workshop de empreendedores e oficinas de pitch, uma série de 11 encontros on-line que serão realizados entre junho e julho. Nesta fase, os empreendedores se conectam com investidores e consultores jurídicos, conhecem experiências de empresas investidas e participam de uma banca de investidores.

As 120 startups indicadas por essa banca seguirão para a etapa seguinte, de mentoria. Elas vão receber mentorias individuais e coletivas nos seguintes temas: negócios, comportamento, dados, governança e máquina de vendas.

A última etapa do programa é o Circuito de Investimento. As 60 startups que receberem as melhores avaliações na etapa de mentorias apresentarão seus negócios para investidores de todo o Brasil em um evento presencial, no final do ano, em São Paulo.

Balanço do projeto

O programa Capital Empreendedor já capacitou, em suas quatro edições, 749 empresas de 25 estados. Foram oferecidas 11,2 mil horas de capacitação. Entre as participantes, 125 empresas conseguiram investimento por meio do programa, totalizando R$ 90 milhões de investimentos em todos os estágios do capital, desde subvenção, aceleradoras, plataformas de crowdfunding de investimentos e fundos de investimentos.

João Henrique Costa, CEO da startup Contajá, que oferece serviços de contabilidade on-line, foi um dos que participou do Capital Empreendedor em 2021. A empresa foi uma das 50 selecionadas em todo o país para a etapa final, de investimento. “O programa nos deu todo o direcionamento para entendermos o processo de captação de recursos, para criarmos uma tese adequada e um roadmap de contatos. Com esse amadurecimento, somado às consultorias na segunda etapa, conseguimos levantar recursos por conta própria”, conta.

A Contajá recebeu um investimento de R$ 1,2 milhão no ano passado, na modadlidade Equity Crowdfunding, pela plataforma Captable. Idealizada em 2016, quando João Henrique e seu sócio ainda eram estudantes da Universidade Federal de Viçosa, a empresa já tem mais de 2 mil clientes ativos e conta com 60 colaboradores. “Recebemos cerca de 300 clientes novos por mês e temos a meta de fechar 2022 com uma carteira de 5 mil clientes”, revela Costa.

Para alcançar o objetivo, a Contajá oferece o diferencial de agilidade nos serviços, por meio de uma plataforma on-line, o que possibilita uma economia de 90% para os clientes em relação aos concorrentes tradicionais do mercado de contabilidade.

Leandro Rodrigues, da startup Checkbits, também participou do Capital Empreendedor no ano passado. A startup de Divinópolis, no Centro-Oeste mineiro, oferece aplicativos que possibilitam realizar inspeções de equipamentos e vistorias para garantir a segurança e o padrão de operações comerciais e industriais.

Além dos quatro sócios, a empresa tem 11 colaboradores em Minas Gerais e 21 clientes no Brasil. “O programa mudou nossas perspectivas. Entramos sem ter a mínima ideia de como conseguiríamos os primeiros investidores e saímos com contatos promissores”, afirma Rodrigues. A expectativa da empresa, segundo ele, é conseguir o primeiro investimento, em torno de R$ 350 mil, ainda este ano. “Nossa estratégia está voltada para isso”, diz.