O Sul de Minas é tradicionalmente conhecido pela qualidade de seus cafés. Mas, recentemente, um outro produto sulmineiro ganhou destaque internacional: o queijo artesanal Alagoa. Produzido no pequeno município de Alagoa, o Queijo Alagoa Grande possui características exclusivas e recebeu a medalha de bronze no “Mondial du Fromage de Tours” (Salão Mundial do Queijo), um dos mais tradicionais concursos do mundo.
A Queijo d’Alagoa – MG foi criada em 2009, com o apoio do Sebrae Minas, a partir da ideia do empreendedor, Osvaldo Filho, de vender queijo artesanal pela internet. O empresário procurou a instituição para tirar dúvidas sobre e-commerce e receber auxílio em assuntos diversos ligados à abertura e gestão do próprio negócio.
“Recebemos o Osvaldo em nosso ponto de atendimento, em São Lourenço, e disponibilizamos a ele dados do setor, orientações e conteúdo que possibilitaram ao empreendedor as condições necessárias de realizar a gestão completa desse tipo de negócio. Em poucos anos, a Queijo d’Alagoa – MG cresceu, se tornou conhecida nacionalmente. Toda a equipe do Sebrae Minas se sente orgulhosa desse projeto que ajudamos a construir, desde a sua concepção”, avalia a analista do Sebrae Minas na microrregião da Mantiqueira, Ticiana Tranqueira Malta Lopes.
“Através do Sebrae recebo apoio para participar de programas e projetos que contribuem muito para o fortalecimento e presença da marca “Queijo d’Alagoa MG”. Isso é essencial para o crescimento da empresa e fortalecimento de nosso negócio”, afirma o empresário.
Queijo d’Alagoa – MG
O empresário Osvaldo Filho é bisneto do tropeiro alagoense Jeremias Sene, que vendia os queijos, além das montanhas da Mantiqueira, levando os produtos dentro de balaios de bambu, no lombo dos burros. Há sete anos, Osvaldo teve a ideia pioneira de vender o queijo produzido na cidade pela internet. Daí, nasce a Queijo d’Alagoa – MG, um e-commerce que vende, além dos queijos, cafés especiais e geleias.
Em 2014, a empresa recebeu o Prêmio José Costa, promovido pelo Diário do Comércio e pela Fundação Dom Cabral, o Troféu MG Turismo, do Jornal MG Turismo de Belo Horizonte e, no mesmo ano, o queijo conquistou o 1º Lugar no concurso O Melhor Queijo de Alagoa. Também recebeu medalha de prata e de bronze no Prêmio Queijos Brasil. Em abril de 2017, foi aberta a loja física em Alagoa e, meses depois, recebeu entre mais de 600 produtos de 20 países, uma das medalhas de bronze no “Mondial du Fromage de Tours” (Salão Mundial do Queijo).
“Essa medalha de bronze francesa significa um importante reconhecimento à alta qualidade do nosso queijo e ao valor do nosso trabalho, posicionando a cidade de Alagoa num patamar internacional. Afinal, o produto local se destacou entre 600 queijos de todo o mundo”, afirma o empreendedor. Atualmente, a empresa comercializa, aproximadamente, 400 peças de queijos por mês e o e-commerce é motivo de grande orgulho. “Poder levar o nome da nossa cidade, nossa história, nossa tradição, nossa cultura a outras partes do país e do mundo, é muito gratificante! O legal é que os clientes compram o queijo pela internet e depois querem vir conhecer Alagoa. Nossa loja física tornou-se um ponto turístico da cidade, atraindo clientes de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília”, avalia Osvaldo Filho.
O Queijo Alagoa
Com cerca de 2,4 mil habitantes, Alagoa é uma cidadezinha do Sul de Minas, localizada em uma região conhecida como Terras Altas da Mantiqueira, que fica no Caminho Velho da Estrada Real. O clima frio, com temperaturas negativas em certas épocas do ano, é propício para a criação do gado mestiço e holandês. Essa é principal característica que confere um sabor singular ao Queijo Artesanal Alagoa. O nome correto é Queijo Alagoa, apesar de ser conhecido também como “Parmesão de Alagoa” ou “Parmesão da Mantiqueira”. A produção é artesanal e utiliza como matéria-prima o leite cru (não pasteurizado), sem corante (substância usada em muitas indústrias brasileiras para colorir o produto). Para cada um quilo de queijo são gastos, em média, dez litros de leite. São cerca de 80 produtores que, juntos, conferem ao município o título de Terra do Queijo Parmesão. O produto é patrimônio cultural municipal, registrado no Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha). A Lei Municipal 828/2010 instituiu o 4º sábado de maio como o Dia do Queijo e do Queijeiro de Alagoa. O mês foi escolhido por ser considerado o início do melhor período para de produção. Por isso, no mesmo período é promovido na cidade um festival que visa valorizar o queijo e os produtores, com palestras, divulgação e show gratuito a toda população.