Millie Bobby Brown, de 18 anos, estrela de “Stranger Things”, da Netflix, que estreia a quarta temporada no dia 27 de maio, apareceu com um visual novo no premiére da série, nesse final de semana. A atriz britânica, que começou a trabalhar na produção aos 12 anos, cresceu, e os fãs se sentiram no direito de opinar sobre sua aparência. Millie está loira e com o cabelo comprido, agora a maquiagem está mais destacada e o guarda-roupa também mudou com o tempo. Para a estreia da série, por exemplo, ela escolheu um vestido Louis Vuitton com fendas profundas. Para alguns, a atriz está irreconhecível, para outros hiperssexualizada, e teve até quem achou que Millie parecia uma mulher adulta demais para sua idade.
A imagem estrela de “Stranger Things” tornou-se um assunto tão comentado que ela precisou vir a público para explicar. Em entrevista à MTV News, em 2021, Millie disse que os fãs não estão prontos para aceitar que ela não é mais uma estrela infantil e também sobre as críticas recebidas por conta de seu visual: “Então, eu uso um top cropped e as pessoas dizem, ‘Ela tem 10 anos’. E eu penso, ‘Não… eu tenho 17 anos’. Essa é uma coisa que garotas fazem. Ou eu uso salto alto. Ou eu uso uma roupa em uma premiação e eles dizem, ‘Ela parece ter 50 anos’. Não, é porque você me assiste desde que eu tinha 10 anos. É por isso que você pensa isso”, disse ao portal americano.
Bobby Brown é um dos casos mais recentes, mas no início do mês de maio, Kim Kardashian, de 41 anos, foi ao Met Gala, maior evento de moda do mundo, com o vestido que Marilyn Monroe (1926-1962) usou na festa de aniversário John Kennedy, presidente dos Estados Unidos, em 1962. A roupa virou trending topics por causa da sensualidade imposta ao visual de Kim e Marilyn, além dos sacrifícios que a socialite americana afirmou ter feito para entrar na roupa, entre elas, dieta zero carb e rotina intensa de exercícios físicos.
Mas é fato que essas questões rondam o universo feminino há séculos. “Essa hiperssexualização está pautada na construção social representada pelo machismo estrutural, em que a mulher é vista como um pedaço de carne. Aquela velha situação, o homem sem camisa não é um problema, mas o decote ou a roupa curta das mulheres são”, explica a psicoterapeuta carioca Adriana Witzel ao Dicas de Mulher.
Um caminho apontado por Adriana para acabar com o machismo estrutural está na busca pela diversidade, igualdade de direitos da mulher e pela ocupação de lugares: “Com certeza essas mulheres, principalmente as famosas que estão mais no centro das atenções, têm muito mais a mostrar, além de seus corpos. E é isso que a sociedade precisa ver, as conquistas das mulheres, de todas elas, conhecer o que fazem, como atuam em suas profissões e na vida pessoal. Mostrar além dos estereótipos”, afirma a psicoterapeuta, que ainda ressalta: “Quanto mais direitos, representação e lugares ocupados, mais conquistas femininas teremos para celebrar”.