O dia 8 de Março é celebrado internacionalmente como o Dia da Mulher. A data é uma oportunidade de reflexão sobre o papel social da mulher e as conquistas do gênero nos últimos anos.
Um dos temas de maior discussão é a presença da mulher no mercado de trabalho. As mudanças trazidas pela Revolução Industrial transformaram os papéis de gênero em sociedade, e, desde então, as mulheres ganham cada vez mais presença nas fábricas, lojas e indústrias em todo o mundo.
As diversas mudanças sociais e econômicas do Brasil fomentaram a presença de mulheres no ambiente de trabalho. Com tantas conquistas, quais serão as próximas dificuldades a serem superadas? Confira, no blog de hoje, tudo sobre a presença feminina no mercado!
História das mulheres no mercado brasileiro
Durante a história, a mulher sempre foi impedida de conquistar direitos trabalhistas. No Brasil, elas sempre foram renegadas para o papel de donas de casa, mães e cozinheiras. A partir da Primeira Guerra Mundial, o modelo capitalista necessitou da presença das mulheres no mercado.
Foi somente durante a formação da Constituição de 1934 que a mulher conquistou a igualdade salarial e a assistência médica durante a gravidez. Com a Constituição de 1988, a isonomia das mulheres no mercado se tornou totalmente firmada pela lei.
Desde então, milhões de mulheres abandoram os lares e partiram para as indústrias. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 54,5% das mulheres brasileiras integram a força de trabalho do país, 15% a mais do que a porcentagem mundial.
Desafios e desigualdade:
Por mais que a história revele diversas conquistas femininas no mercado, ainda existem muitos desafios e problemas a serem ultrapassados.
Um dos atos de descriminação mais comuns é quando um empregador escolhe não contratar mulheres em sua empresa ou apenas contratá-las para salários mais baixos. Isso acontece, por exemplo, quando um empregador se recusa a contratar mulheres em cargos denominados ‘masculinos’, como vagas de liderança e de trabalhos manuais.
O assédio moral e sexual também é um grande problema dentro do mercado. De acordo com o Instituto Patrícia Galvão e Locomotiva, 76% das mulheres reconhecem já terem sofrido um episódio de violência no ambiente onde trabalham.
O Relatório Global sobre a Lacuna de Gênero do Fórum Econômico Mundial revela outro dado importante: em um ranking de 150 países, o Brasil é o 130º colocado quando se trata de igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função.
Outro tema a ser lembrado é que a desigualdade de gênero também deve ser vista por uma lente interseccional. Por mais que o movimento feminista tenha conquistado diversos direitos durante a história, nem todos atingiram mulheres racializadas.
A realidade do mercado de trabalho é ainda mais complicado para mulheres negras e indígenas. Dados fornecidos pela empresa Triwi revelam que 24% das empresas entevistadas não tinham nenhuma mulher negra entre seus funcionários – um dado realmente assustador.
Como é ser uma muher no mercado de trabalho?
Com tantas conquistas e desafios, pode ser difícil tentar se encaixar no mercado de trabalho. Para entender mais sobre esse desafio, o GAMT conversou com a designer e estudante de arte Rafaela Pires.
Apaixonada por design, a jovem entrou no mercado artístico com apenas dezessete anos e já conseguiu trabalhar com artistas de grande porte, como Pabllo Vittar, Marina e Astrid S.
‘’O mercado de design é sim marcado pela desigualdade de gênero’’, declara a artista. ‘’É muito comum, na área da comunicação, receber menos do que o seu parceiro, mas o problema é muito mais profundo do que esse tema’’.
Para Rafaela, a desigualdade de gênero está presente em diversos momentos do trabalho. Seja em um líder assumir que ela não sabe fazer uma tarefa por ser mulher ou em situações de assédio moral, diversos comportamentos são comuns dentro do mercado: ‘’Certas coisas já estão normalizadas dentro de diversos ambientes de trabalho. Isso é inaceitável’’.
‘’O importante é saber que você não está sozinha. Existem milhões de colegas de trabalho que vivenciam essa situação todos os dias. Podemos mudar essa problemática juntas’’, finaliza.
E o GAMT?
Se você é mulher e deseja participar do mercado de trabalho, o GAMT pode te ajudar nesse processo! Com nosso programa de aprendizagem, você pode participar de nosso ciclo de desenvolvimento de competências para as vagas de empresas parceiras.