Estar perto dos pequenos nesse período pode ser um convite para uma vida mais saudável
As famílias pelo mundo afora estão experimentando a nova realidade proporcionada pela chegada da Covid-19. As crianças estão se adaptando a uma vida mais caseira e virtual. Mas apesar do cenário parecer pouco propício, essa pode ser uma ótima oportunidade para a família ficar mais próxima e desenvolver em conjunto novas rotinas.
Para conversar sobre alguns comportamentos que podem ser cultivados com as crianças durante a pandemia, conversamos com Márcia Vitolo, nutricionista especializada em nutrição materno-infantil e professora do curso de pós-graduação de pediatria da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Introdução aos alimentos de um jeito amigável
Não é difícil encontrar muita criança por aí que torce o nariz para os legumes e verduras. Mas esses são alimentos essenciais para uma boa nutrição, desenvolvimento e manutenção da saúde de qualquer pessoa. A parte boa de estar mais tempo em casa tem sido a possibilidade das famílias se organizarem melhor no preparo das refeições, opina Márcia.
Em tempo Coronavírus: como se manter saudável quando ficar em casa é a sua única opção?
E isso é ótimo para a saúde não só das crianças, mas de toda a família. Conforme orienta o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos e o Guia Alimentar para a População Brasileira, ambos produzidos pelo Ministério da Saúde, quando uma pessoa prepara as suas refeições ela sabe o que come, já que é ela mesma quem escolhe os alimentos e ingredientes a serem utilizados, as formas de preparo, bem como os processos de higienização envolvidos.
Além disso, cozinhar o alimento ganha um significado maior do que só alimentar o corpo, saciar a fome e fornecer energia, vitaminas e minerais. Sobre isso, a nutricionista reforça que manter uma relação saudável com a comida também é importante, pois além de nutrir, ela tem um impacto grande na nossa satisfação, prazer e socialização.
Para as crianças, esse impacto é ainda maior! Uma vez que elas tendem a comer mais por prazer e sem pensar especificamente na parte nutricional, dando preferência aos alimentos que fazem parte da sua história alimentar e que são mais consumidos pela família. Segundo Márcia, a introdução de uma alimentação saudável é muito importante na formação dos hábitos das crianças, mas orienta ainda que não é aconselhável forçá-las a comer.