Após segunda vitória no UFC, em mais uma atuação convincente, peso-palha afirma ter recebido conselhos da “champ champ” nos EUA e revela emoção ao entrar no ranking: “Comecei a chorar!”
Por Raphael Marinho — Rio de Janeiro (sportv globo)
“Amandona e Amandinha”. A definição da dupla foi dada pela peso-palha (até 52kg) Amanda Ribas, que depois da vitória contra Mackenzie Dern, no último sábado, no UFC Tampa, exaltou a ajuda que recebeu da “champ champ” Amanda Nunes. As duas estiveram juntas na equipe American Top Team, na Flórida, e a campeã peso-galo (até 61kg) e peso-pena (até 66kg) serviu de inspiração para a jovem lutadora.
– Ela me ajudou muito, é sensacional, coração de ouro, muito alegre. A vejo como inspiração. Ela mostra que se treinar duro, chega lá e com muita alegria. A Amanda tem muita energia boa e me espelho nela nisso. Ela fala sempre para eu curtir. Já que a campeã fala que é para eu curtir, então vou curtir, ser feliz. Acho (Amanda Nunes a melhor de todos os tempos). Ela é boa em pé, boa no chão, boa na cabeça. Acho que tem uma envergadura boa, timing de luta e o faro de sangue, consegue sentir certinho quando a pessoa sente o golpe e vai para cima – disse Amanda Ribas, dona de um cartel com oito vitórias e uma derrota.
Melhores Momentos da vitória de Amanda Ribas sobre Mackenzie Dern
Ao lado da principal lutadora brasileira da atualidade, Amanda Ribas aprendeu também que é preciso manter os pés no chão. Apesar de já figurar no ranking da categoria após a vitória de sábado, ela não se vê como destaque da nova geração do esporte. Ainda.
– Não me vejo (como um dos principais expoentes da nova geração do MMA brasileiro). Muita gente por fora já me vê, mas ainda tenho muito o que conquistar, é minha segunda luta no UFC. Mantenho os pés no chão, tem muita coisa pela frente. No futuro, se Deus quiser sim (serei um expoente), mas ainda não.
Ainda que não se veja numa posição de destaque, Amanda Ribas admite que o reconhecimento já é visível nas ruas. Entre Varginha, Rio de Janeiro e os tempos de treino nos EUA, ela passou a ser parada para fotos. O número de seguidores nas redes sociais também aumentou, ao mesmo tempo que a internet é território de críticas, memes e afins.
– Me reconheceram no aeroporto. Agora não posso mais andar descabelada (risos). Mas os seguidores do Instagram aumentaram muito. Antes estava com 280 mil e agora estou com 306 mil, (mudança) em um dia. É muita coisa! É muita criança e mãe mandando vídeos. Fiquei muito feliz. Estava olhando o Twitter e o povo é muito ruim, estavam falando que a minha voz é igual à do Marlon Moraes (risos). Tenho que melhorar meu inglês, ainda têm uns haters falando disso. Mas é com o tempo, estou melhorando. E às vezes controlar as risadas (risos).
confira outros trechos da entrevista:
Estreia no ranking peso-palha
– Estava no avião, sei lá como pegou a internet, e resolvi olhar o WhatsApp, e vi que estava no top 15. Comecei a chorar! Fui avisar ao meu pai e ele estava dormindo (risos). Fiquei muito feliz! Só de assinar com o UFC é um sonho, quando se vê na segunda luta no Top 15… Fiquei muito feliz! Coloco na minha vida dar meu melhor em tudo e não esperar nada em troca. Quando vem é só felicidade.
Estratégia contra Mackenzie Dern
– Achei que fui muito sábia nas minhas decisões. Via que ela às vezes sentia o golpe, mas não queria me arriscar tanto. Estava controlando a luta, que era muito importante na minha carreira. A Mackenzie é muito importante nos Estados Unidos e, com a minha vitória sobre ela, me tornei também. Isso que queria conquistar. Fiz toda a estratégia e fiquei muito feliz. Gostaria de ter chutado bem mais, mas gostei. Dei queda, controlei chão. Fiquei feliz.
Desejo de nocautear
– Esperava que a fizesse sentir mais na linha de cintura, que eu estava trabalhando bastante. Ela é muito dura. Falaram que não estava preparada, mas estava assim. Consegui assimilar bem os golpes. Queria ter nocauteado, mas calma… Quem sabe na próxima.
Amanda Ribas bateu Mackenzie Dern por decisão unânime dos juízes — Foto: Josh Hedges / Getty Images
Evolução desde a estreia no UFC
– A movimentação (mudou da última luta). Nessa fazia as fintas para não ficar parada. Quando fica parada é alvo certo para derrubar. Como sou do judô, a gente é mais plantado, então ralei bastante.
Sem nome para desafiar
– Não penso em desafiar ninguém agora. Como a derrota é passageira, a vitória também é. Estou aproveitando o momento de fama. O UFC é meu patrão, quem eles mandarem eu vou. Se mandarem lutar amanhã, vou (…). O UFC tem que ir com calma. Até tomei uma (bronca) para não ir pedindo, para ir com calma. Do UFC ninguém falou nada, mas foi mais a galera da equipe. O importante é eu lutar, estar lá dentro mostrando a minha técnica. É o que gosto.
Temor após caso de doping
– Me controlo muito mais na alimentação. Toda vez que faço exames, mesmo sabendo que não tomei nada, fico nervosa. Falo para ficar calma, tranquila, mas sempre fico com muito medo. E a gente chega na arena e vai para a USADA, o nervosismo já fica ali, suo bastante e fico aquecida (risos). Mas agora estou tranquila, sei que eles vão me dar todo o suporte, porque já fiz muito exame.