O Natal está chegando e você ainda não sabe como presentear as pessoas queridas que fazem toda a diferença nessa data? Uma opção prática e interessante é fazer uma lista de livros legais e escolher um para cada amigo e familiar especial.
Para ajudar você nessa missão, separamos 16 obras escritas apenas por mulheres para que, além de entregar um livro incrível para quem você ama, você ajude a empoderar a literatura feminina. Confira!
1. A bruxa não vai para a fogueira neste livro – Amanda Lovelace
Apaixonadas por poesia, esse momento é de vocês! O livro de Amanda Lovelace é a tentativa conseguir um mundo mais igualitário por meio da literatura, com os direitos femininos preservados e colocados em prática.
Uma curiosidade sobre a obra é que ela surgiu durante o movimento #MeToo, em Hollywood, quando famosas denunciaram casos de assédio sofrido no meio artístico. Portanto, ao folhear as páginas de “A bruxa não vai para a fogueira neste livro”, não estranhe ao ver a cultura de estupro sendo debatida sem rodeios!
2. Minha História – Michelle Obama
A ex-primeira-dama dos Estados Unidos deixou a terceira pessoa de lado e contou com suas próprias palavras como foi viver durante oito anos sob os holofotes midiáticos, durante o governo de Barack Obama.
Com uma narrativa surpreendente, Michelle Obama traz à tona as dificuldades de ser empresária, educar duas meninas e tudo isso em um país com fortes raízes racistas.
3. Orgulho e Preconceito – Jane Austen
Ácida, engraçada e meticulosa. Essas são as principais características de Elizabeth, a protagonista da obra mais famosa de Jane Austen, publicada pela primeira vez em 1813.
Ainda que seja um romance, “Orgulho e Preconceito” é o tipo de livro que deixa você inquieto enquanto lê. Elizabeth não aceita o machismo e o patriarcalismo enraizados na sociedade e faz questão de lutar pela desconstrução disso a cada página da história.
É uma trama que faz com que você torça para que o beijo do casal principal aconteça, mas deixa isso de lado ao ficar totalmente entretida pela luta feminina em busca dos seus direitos.
4. Amor Amargo – Jennifer Brown
Pode parecer um lindo romance, com seus altos e baixos corriqueiros, mas “Amor Amargo” é mais do que isso. Por meio de uma história fictícia, Jennifer Brown construiu uma narrativa capaz de mostrar abertamente o que é estar em um relacionamento abusivo.
Como acontece com quem, muitas vezes, tem amigos e familiares próximos que passam por essa situação, ler esse livro é sentir um misto de sensações. Em alguns momentos você terá dó da protagonista e em outros você questionará o por quê dela ainda permanecer nessa relação.
Todas essas questões fazem parte do processo de entender que uma relação abusiva – psicologica, emocional e fisicamente – jamais é culpa da vítima e, inúmeras vezes, está fora do controle dela conseguir se desvencilhar da situação.
5. O ódio que você semeia – Angie Thomas
Foi com a morte de Oscar Grant, um jovem negro de 22 anos que foi baleado por um policial branco na noite de Ano Novo de 2009, que “O Ódio que Você Semeia” nasceu. Sem medo de por o dedo na ferida, a obra de Angie Thomas expõe o racismo velado nos Estados Unidos.
A autora trabalha esse tema mostrando as duas realidades de Starr, a personagem principal: quando ela está com os amigos brancos, fingindo não ser uma menina negra e quando está com a família e amigos negros, vivendo a dura realidade de ser atingida, diariamente, pelo preconceito racial.
A obra de Angie não vem para passar a mão na cabeça de ninguém e este trecho é a prova do que estamos falando: “Papai me disse uma vez que tem uma fúria que é passada para todos os negros pelos ancestrais, gerada no momento em que eles não conseguiram impedir que os donos de escravos machucassem suas famílias. Papai também disse que não tem nada mais perigoso do que a hora em que essa fúria é ativada”.
6. Ninguém vira adulto de verdade – Sarah Andersen
Se você não está nenhum pouco empolgado com a ideia de ser adulto, esse livro foi feito especialmente para você.
Digo “feito” e não escrito porque Sarah Andersen é uma grande ilustradora e, por isso, o conforto da identificação que você tanto espera virá com desenhos incríveis.
Em “Ninguém vira adulto de verdade”, até mesmo as situações mais constrangedoras do dia a dia ficam engraçadas com a interpretação da autora.
7. Sejamos todos feministas – Chimamanda Ngozi Adichie
Com a obra publicada em 2014, Chimamanda veio para ajudar na missão de esclarecer o conceito de feminismo. De forma prática e objetiva, a autora ajuda a desconstruir a ideia de que o termo é o oposto do machismo e que ele significa ódio aos homens (sério, galera?).
“Sejamos todos feministas” é uma adaptação do discurso feito por Chimamanda no TEDx Euston e que foi transformado em música por ninguém mais, ninguém menos que Beyoncé!
8. Presos que menstruam – Nana Queiroz
Antes de folhear o livro, saiba que essa não será uma leitura fácil. Com o intuito de revelar as verdadeiras condições dos presídios femininos, especialmente as do Carandiru, “Presos que menstruam” é o tipo de obra que coloca o dedo na ferida e deixa a sensação de incômodo o tempo todo.
Nana Queiroz conseguiu demonstrar uma ideia interessante com o seu livro e que faz valer a leitura: enquanto que na sociedade como um todo, as mulheres são tratadas como inferiores aos homens, nas cadeias femininas, é o único momento que o sistema faz questão de que as figuras femininas ali presentes tenham o mesmo valor que as masculinas. Irônico, não é?
9. O ano em que disse sim – Shonda Rhimes
Está precisando de uma boa dose de incentivo para começar um projeto novo? Esse livro é para você!
Shonda Rhimes ficou conhecida por ser a criadora e produtora executiva de “Grey’s Anatomy”, mas suas criações não pararam por aí. A autora também escreveu o livro “O ano em que disse sim” e contou por meio da obra como foi passar 365 dias aceitando todas as oportunidades que surgiram em sua vida nesse período.
O estopim para essa publicação foi um comentário da sua irmã durante o dia de Ação de Graças: “você nunca diz sim para nada”. Shonda não só passou a abraçar as novidades, como deixou tudo registrado nesse livro.
10. Quarto de Despejo – Carolina de Jesus
Com uma linguagem simples, mas ao mesmo tempo sólida, “Quarto de despejo” narra a história da catadora de papel Carolina Maria de Jesus.
A obra é um compilado dos diários da autora, que revela como foi morar por anos na comunidade do Canindé, junto com os três filhos, durante a década de 50.
O livro foi publicado em 1960 e nos três primeiros dias, mais de 10 mil exemplares foram vendidos. Já em outubro do mesmo ano, ele se tornou o mais vendido do Brasil.
11. Um útero é do tamanho de um punho – Angélica Freitas
A recomendação de Angélica Freitas vai, especialmente, para as apaixonadas por poesia!
Em “Um útero é do tamanho de um punho”, a autora debate assuntos do gênero feminino por meio de 35 poemas cheios de bom humor, inteligência e sagacidade.
Ao longo da leitura, você entenderá a construção que a sociedade faz da figura feminina e como as mulheres tentam desconstruir esse conceito para alcançar a liberdade.
12. Objetos Cortantes – Gillian Flynn
Quem ainda não leu a história que estamos indicando, talvez já tenha ouvido falar de “Garota Exemplar” – que virou filme anos atrás. Escrito pela mesma autora, “Objetos Cortantes” também é um livro de suspense e recentemente foi transformado em série pela HBO.
A trama narra a volta da repórter Camille Praker a sua cidade natal, a fim de investigar o assassinato de uma menina e um desaparecimento de outra. Porém, para isso, ela precisa conviver com a família que, pela distância, parece ser mais um bando de desconhecidos do que mãe, padrasto e meia-irmã. Com o decorrer da investigação, ela acaba descobrindo mais segredos perturbadores do que ela podia imaginar.
13. Outros Jeitos de Usar a Boca – Rupi Kaur
Esse livro é como um acalanto para as mulheres que já sofreram muito nessa vida e precisam, de alguma forma, conseguir tirar algo bom das situações ruins para continuar.
Em “Outros Jeitos de Usar a Boca”, a autora debate sobre violência, abuso, amor e a perda da feminilidade. Tudo isso por meio de poemas assinados por ela, além de ilustrações também de sua autoria.
A título de curiosidade, Rupi é uma poeta, artista plástica e performer canadense nascida na Índia. Esse livro teve mais de 1 milhão de exemplares vendidos nos Estados Unidos.
14. Mulheres, Cultura e Política – Angela Davis
Professora e ativista negra, Angela Davis traz dados históricos e estatísticos que mostram a realidade das mulheres negras durante o governo Reagan, nos Estados Unidos.
A obra da autora é uma lição de casa para quem, muitas vezes, diz que racismo não existe. Principalmente porque Angela dá uma aula sobre como o sistema da época trabalhou para enfraquecer esse grupo social e aumentar a concentração da renda econômica em uma parcela da população.
15. Diário de Anne Frank
Dificilmente alguém não conhece o “Diário de Anne Frank”, já que só a edição americana vendeu mais de 1 milhão de exemplares. Mas, mais do que um grande número de edições vendidas, o reconhecimento está, principalmente, por sua história ser atemporal.
Para os que ainda não entenderam exatamente sobre o que estamos falando, a publicação nada mais é do que o diário de uma jovem judia, Anne Frank, que viveu na Alemanha nazista.
Com todo o misto de sentimentos dos 13 anos, a adolescente conta detalhadamente como é viver, dia após dia, no esconderijo criado por seu pai para fugir das tropas alemãs.
16. O Sol é Para Todos – Harper Lee
Sem medo de expor o racismo velado na sociedade, “O Sol é para todos” narra a história de um homem negro que foi acusado de estuprar uma mulher branca em 1930, nos Estados Unidos.
O livro é uma conversa séria sobre violência policial, racismo e intolerância. Além de, mais uma vez, servir como uma demonstração de uma realidade que talvez não seja a sua, mas que existe e merece atenção.