Já reparou como a gente tem dificuldade em cuidar da gente mesma? Eu lembro de uma vez que fiquei muito gripada. Eu deveria ter uns 18, 19 anos, estava no cursinho e faltei uma semana inteira na aula porque além do combo nariz escorrendo + dor no corpo, eu estava com febre e nada parava no meu estômago.

Agora, pergunta se eu fui no médico?

Não fui. Passei a semana deitada, imprestável, esperando eu me curar sozinha, tomando canja de galinha à noite e chá de gengibre o dia inteiro. Eventualmente, a gripe foi embora e eu me recuperei, mas com certeza o que durou uma semana inteira facilmente poderia ter sido resolvido em alguns dias de cuidado médico.
Tô falando tudo isso porque, na última semana, a gente fez uma ação muito legal lá no Superela chamado Especial Carnaval e que, apesar do nome, não tem nada a ver com folia e tudo a ver com sexo seguro. Sim, é isso mesmo.

Porque assim como eu não quis me cuidar direito da gripe, a gente acha que não precisa fazer a mesma coisa com sexo. É aquela síndrome de adolescente millennial de que a gente é invencível e ‘imagina, eu jamais contrairia o vírus HPV, isso nunca aconteceria comigo‘. Sabe do que eu tô falando?

Mas não. Imagina o meu choque quando eu descobri que 8 entre 10 pessoas sexualmente ativas terão algum tipo de contato com esse vírus. É QUASE TODO MUNDO! E quando eu fiz uma pergunta neste texto aqui, pra saber se as nossas leitoras já transaram sem camisinha, e quase 70% disse que ‘sim, eu já transei sem camisinha ’? GENTE, COMO ASSIM?

Talvez eu esteja exagerando na reação (ou não), mas é um choque mesmo ver que a gente não se preocupa com a saúde como deveria. O nosso corpo é uma ferramenta muito poderosa – MUITO MESMO -, mas ele só cumpre o propósito (que é se comunicar com os outros) se estiver funcionando direitinho. Ou você acha que consegue pensar em qualquer outra coisa quando sabe que algo não está certo com o seu corpo? Não dá, né? Fica aquele zumbido na sua orelha dizendo que alguma coisa está errada e você não sabe o quê.

Até parecer que tudo se resolveu sozinho e você pode continuar em frente. Mas isso é muito perigoso. É perigoso porque essas doenças, principalmente as sexualmente transmissíveis, são silenciosas e você não sabe que tem alguma coisa até os sintomas já serem mais graves.

A ideia, claro, não é assustar você, mas acordá-la para a importância de você se cuidar e priorizar a sua saúde SEMPRE. Sexo é bom? É, mas não vale a sua saúde. Então, que tal se a gente se cuidasse um pouco mais e fizesse uma promessa de não transar sem camisinha no Carnaval? São quatro dias, vai, não é difícil começar pelo feriado. Daí a gente parte pra um check up, fazendo todos aqueles exames importantes que vão garantir que a gente tá bem. E o próximo passo é não fugir dos exames ginecológicos. Pode ser?pan>

Se você quiser entender um pouco melhor como essas infecções sexualmente transmissíveis funcionam, você pode clicar nos links abaixo, ó:

  1. HIV – mitos e verdades sobre o que você tem medo de perguntar

  2. Será que peguei alguma coisa? Como identifico se tenho uma IST?

  3. Hepatite: o que é, de onde vem, do que se alimenta?

E nada de bobeira, ok? Não tem nada mais sexy do que uma pessoa que se ama o suficiente pra cuidar do seu corpo com o carinho que ele merece.

Por Marcela De Mingo